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Foto do escritorLuísa Silveira

Crítica de "You": a série merecia uma 4ª temporada?

A 3ª temporada de "You" chegou à Netflix na última sexta-feira (15), mas antes mesmo da estreia, a empresa de streaming já tinha confirmado que a produção vai ganhar uma 4ª temporada - ainda sem data de lançamento. Sabendo que a história vai ter uma continuação, encarei os novos episódios com outros olhos, tentando ver nos detalhes qual poderia ser a trama para a próxima temporada e quais buracos a narrativa deixaria com ou sem intenção.


Sem dúvidas, a terceira parte de "You" entrega um Joe (Penn Badgley) e uma Love (Victoria Pedretti) diferentes, tentando conter seu lado assassino, mas (spoilers) sem muito sucesso. Vem ver o que achamos da nova temporada da série da Netflix!

Theo (Dylan Arnold) é aquele chatinho que merecia mais (Reprodução / Netflix)

Novos personagens e dilemas deram fôlego


Na virada da 1ª para a 2ª temporada, Joe foge de Nova York, buscando uma nova identidade - literalmente - em Los Angeles. Já sabíamos que na 3ª parte, o casal se mudaria nos novos episódios, comprando uma casa no subúrbio, na cidade de Madre Linda. Porém, a narrativa iria acompanhá-los. Tanto é que Love, sua mãe Dottie (Saffron Burrows) e o falecido irmão, Forty (James Scully) estão sempre lá, física ou psicologicamente. Por isso, os novos personagens foram essenciais para trazer uma nova cara à série.


Da polêmica Natalie (Michaela McManus) ao problemático Theo (Dylan Arnold), sem contar - é claro - no casal de "influencers" que carregam toda a hipocrisia da classe média em suas falas, Sherry (Shalita Grant) e Carry (Travis Van Winkle) - que tem um final pra lá de inesperado, até para quem já está experiente na linguagem de "You". Todos são muito interessantes!


Porém, a nova obsessão de Joe, Marianne (Tati Gabrielle do "Mundo Sombrio de Sabrina") merecia um pouco mais de destaque. O protagonista se apaixona por mulheres fortes e independentes que ele crê, lá no fundo, que precisam de salvação. Só que Marianne realmente é o que diz - forte, corajosa, consciente dos problemas da sociedade -, mas mesmo assim é resumida aos problemas com o ex-marido. Queremos saber mais sobre sua infância, seus outros amores, como foi sua ida da França para os EUA? É isso que o povo quer!


O que a falta de terapia não faz, né? (Reprodução / Netflix)

"Mommy issues" do Joe vieram tarde


Em uma de suas indagações, Joe percebe que todos os seus problemas se resumem à falta da proteção de sua mãe na infância. Mas é sério que ele demorou tanto para perceber? Apesar de todos os defeitos (e crimes), Joe é um cara inteligente. É claro que tem uma visão completamente deturpada de si mesmo, porém, realmente achava que ele já tinha feito esse clique - nem que fosse numa vibe de culpar a mãe, outra vítima de homens problemáticos, por todos os seus problemas.


Acabou que isso foi mencionado do nada, no meio de um episódio. Joe fica super feliz com a conclusão, já que o assunto volta à tona em outros momentos do capítulo, mas depois... Nada. Óbvio que não esperava que fosse ser uma reviravolta e ele nunca mais matasse ninguém. Mas todo o padrão de pensamentos continuou exatamente o mesmo. A dúvida é: se não acrescentou em nada, por que dar destaque para algo que - para quem assiste - já estava óbvio?

Que final foi esse, gente? (Reprodução / Netflix)

Final de "You" surpreendeu


Apesar das "críticas", "You" com certeza vale assistir. Se o começo é um pouco parado - tal qual a vida de Love e Joe no subúrbio - os últimos episódios dão uma virada, que chega a ser cômico. E a gente só consegue pensar: "como eles vão se livrar dessa?". Mas o roteiro impressiona e, apesar de improvável, você até consegue acreditar em tudo o que rola. Só que, sem dúvidas, ficam pontas soltas, que prometem preencher a 4ª temporada. Acredito (ou espero) que seja a última, porque há de existir um limite para esse psicopata, né? E essa receita de jogar tudo para trás e recomeçar a vida não vai funcionar por uma terceira vez.




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