Caça às bruxas: a perseguição midiática de Diana a Meghan Markle
Se você jogar no Google a palavra “Diana”, o primeiro resultado da página não é a deusa da mitologia romana, nem algo como “significados de nomes de menina”. O site te apresenta a Lady Di logo de cara porque ele sabe que é ela quem você está procurando. E essa é a prova do poder da imagem construída por Diana quando viva. Como Madonna, Rihanna, Cher, Malala e outras mulheres influentes, Diana atingiu o patamar de não precisar de sobrenome para ser reconhecida — com um diferencial: dentre as listadas, Diana é um nome bem “comum”, não?
Diana, Princesa Diana, Lady Di, Diana Spencer — chame-a como quiser — faria 59 anos nesta quarta-feira (1º). Entretanto, mais se fala sobre a sua morte devido às circunstâncias absurdas. O acidente costuma ser usado como exemplo de como a mídia não tem limites para perseguir ícones em coberturas invasivas e sensacionalistas. Em agosto o falecimento de Diana completa 23 anos e, de lá para cá, as coisas mudaram? A mídia ficou mais contida? O “Vamos Polemizar” dessa semana compara a trajetória de Lady Di com Meghan Markle para mostrar como esse assunto é extremamente atual, mesmo passado tanto tempo.
O fim de tudo
Vamos começar do final porque (spoiler), na verdade, a história de Diana não termina com sua morte e ela repercute até hoje por uma razão.
No dia 30 de agosto, Diana estava no Hotel Ritz, em Paris, na companhia do produtor árabe Dodi Fayed. Em frente ao prédio havia uma aglomeração de cerca de 30 paparazzi, apenas esperando a aparição deles para conseguir aquele clique. Em uma tentativa de evitar os fotógrafos, o casal recorreu à porta dos fundos do hotel, mas foi em vão: logo o carro em que estavam foi perseguido por motociclistas com câmeras fotográficas.
O veículo bateu contra uma pilastra do túnel abaixo da Ponte de l'Alma. O motorista e Dodi Fayed, namorado de Diana, morreram na hora. Di e seu guarda-costas, Trevor Rees-Jones, foram levados ao hospital, e ela morreu de madrugada. O guarda-costas foi o único sobrevivente do acidente de carro.
Há relatos de que um paparazzo chegou ao local da tragédia um minuto após o impacto, e tirou fotos do acidente — que nunca foram publicadas. Sete fotógrafos foram detidos no local pela polícia francesa por três dias, sob a acusação de homicídio culposo. O motorista Henri Paul, que morreu em cena, terminou culpado pela tragédia segundo a investigação feita pela França e Grã-Bretanha, já que encontraram indícios de que ele estava bêbado e tinha tomado antidepressivos antes de assumir a direção. Além disso, Diana e Dodi não usavam cinto de segurança no momento do acidente.
Em pronunciamento à imprensa no dia 31 de agosto, o 9º Conde Spencer, irmão mais velho de Diana, declarou:
Eu diria que sempre acreditei que a mídia a mataria no fim das contas. Mas nem mesmo eu poderia imaginar que a imprensa teria um papel tão direto em sua morte, como é o caso. Parece que o sangue está nas mãos de todo dono de jornal ou editor de todas as publicações que pagaram por fotografias abusivas e intrusivas dela, incentivando pessoas gananciosas e impiedosas a arriscarem tudo em busca de uma imagem da Diana.
Sim, Diana sempre esteve na boca do povo após seu casamento com Príncipe Charles, mas de onde vem essa atração? Essa necessidade de publicizar cada passo da Princesa quando era viva?
A relação de Diana com a mídia
O que trouxe Diana ao holofote da mídia foi o casamento com o Príncipe Charles. Há muitos rumores (e algumas verdades não confirmadas oficialmente) por trás do evento em si, passando desde o mito da virgindade da Lady Di, as traições de Charles com Camilla e a falta de interesse de ambos os cônjuges no matrimônio.
É fato que Diana não se casou com Charles por livre e espontânea vontade — seu pai era o Conde Spencer e sua mãe, filha do Barão Fermoy. A família Spencer serve a Coroa Britânica há gerações e, para Lady Diana, esse dever apareceu em sua vida aos 20 anos com a promessa de se casar com um príncipe 12 anos mais velho.
A idade jovem e falta de experiência deixou Diana despreparada para as expectativas da família real, e a diferença de idade com Charles (que, novamente, nesta época já estava interessado romanticamente em sua atual esposa) e a falta de receptividade por parte da Rainha Elizabeth dificultava qualquer possibilidade de diálogo no palácio.
Então para quem Diana se voltou em busca de amor e aprovação? Para o povo, que adorava sua beleza e carisma. Diana era a favorita da realeza, sempre elogiada por suas ações e pelos belos herdeiros que deu ao país. Mas a comunicação entre o povo e Diana acontecia por meio da imprensa…
Diante da visibilidade que ganhou com o casamento, a mídia se tornou a arma de Diana após constatar que seu nome não sairia das manchetes tão cedo. Alguns a acusam de manipulação por tal atitude, mas esse julgamento é passível de discussão dependendo do ponto de vista de cada pessoa. Relatos indicam que Diana já foi vista chorando devido à atenção dos paparazzi, e que já deu informações convenientes para jornalistas, além de posar em supostas fotos candid e dar pistas de aonde iria para fotógrafos.
A repórter Roxanne Roberts, que cobriu a morte de Diana para o Washington Post, opina em artigo no aniversário de 20 anos do acidente:
Diferente dos outros integrantes da realeza britânica, Diana entendia o poder da mídia de forma nata, e ela o usou para se tornar uma super-estrela e, mais tarde, para travar uma guerra com o palácio. Ela acreditava que podia reunir as câmeras quando quisesse notícias bajulantes, e expulsá-las quando bem desejasse.
Mas Diana foi capaz de usar a mídia para o “bem”, de acordo com o jornalista Tom Jennings: “Ela decidiu ‘ok, imprensa, se vocês vão me seguir para todos os lugares, então vamos a esse hospital agora’, e esse foi um ponto de reviravolta para sua imagem”.
Como membro da família real, os principais deveres de Diana com Charles era representar a Rainha em eventos. Diana terminou mais conhecida por seu trabalho beneficente, como auxiliar pessoas com AIDS e crianças com leucemia, além de defender a desutilização de minas terrestres e apoiar instituições, como a Cruz Vermelha Britânica.
Suas informações à mídia mudaram quando seu casamento com Charles começou a desandar — na verdade, tem como desandar algo que nunca sequer andou? Diana usou sua plataforma para provocar a realeza e conseguir o divórcio que eles dois tanto queriam — e é claro que ela aproveitou para expor sua narrativa e se apresentar o melhor possível.
Entre suas ações polêmicas, estão o lançamento da biografia Diana: Sua Verdadeira História (1992), e uma entrevista extremamente honesta para a BBC, em 1995. Nessa última ocasião, em especial, ela explicou a pressão da vida real e compartilhou os casos extraconjugais que teve. No ano seguinte, Diana finalmente conseguiria o direito ao divórcio.
Alguém teve que morrer para a coroa entender seus erros…
Você já sabe o final da história: depois de sair da família real, Diana pôde aproveitar sua “liberdade” (entre aspas porque ela nunca parou de ser perseguida pela mídia) por apenas um ano. A imagem da realeza sofreu um baque com a morte de Diana, e a aparente falta de sentimento da Rainha Elizabeth diante da tragédia disse mais do que qualquer pronunciamento real jamais falaria.
Foi necessário que Diana morresse para a família real rever seus erros e mudar algumas tradições do palácio. A mais importante delas é o fim dos casamentos arranjados: William e Harry estão aí para mostrar que se casaram por amor, diferente de seus pais. As declarações honestas de Diana ajudaram a mostrar como a vida no palácio pode ser comum, e aproximar a realeza do povo com uma abordagem mais realista. Além disso, Kate Middleton e Meghan Markle tiveram aulas sobre conduta real antes do casamento — algo bem simples que, não, não foi oferecido a Diana na sua época.
Também foi estabelecido um acordo entre a imprensa e a realeza, para impedir o assédio que foi tão comum nos anos 1990. Os nobres ganharam mais poder para indicar excessos da mídia, como quando William criticou paparazzi por seguirem (na época) sua namorada Kate. As redes sociais ainda deram uma ajuda, com a possibilidade de driblar a imprensa oficial para emitir comentários ao público.
Perseguição midiática não é novidade
Mas Diana era membro da família real, lááá na Grã-Bretanha, nos anos 1990… Um contexto completamente diferente, certo? Sim e não. Assédio de paparazzi estava bastante em alta na década seguinte no mundo do pop nos Estados Unidos, por exemplo. Para quem não se lembra dessa época belíssima (sarcasmo), recomendo seguir o Instagram popculturediedin2009. As redes sociais e a possibilidade de escolher o que expor com certeza aliviaram as condições de celebridades (daí o nome do Instagram: “a cultura pop morreu em 2009”), apesar de não acabar com a pressão midiática de como agir e o que fazer — vide qualquer coisa relacionada ao clã Kardashian.
Britney Spears, Paris Hilton e Lindsay Lohan são apenas algumas das mulheres perseguidas por câmeras indiscretas nos anos 2000. Mais de 70 paparazzi capturaram imagens de Britney raspando a cabeça em 2007. A tatuadora Emily Wynne-Hughes, dona do estúdio aonde a popstar foi após a parada básica no salão de beleza, disse em uma entrevista que Britney lhe contou que fez tudo aquilo porque, “Sabe, eu não quero que ninguém toque na minha cabeça. Eu não quero que ninguém toque no meu cabelo. Estou de saco cheio de pessoas tocando no meu cabelo”.
Mesmo antes da revelação de Emily — que foi feita apenas em 2019, 12 anos após o escândalo —, especulava-se que raspar a cabeça foi a forma de Britney de assumir controle sobre sua vida e sua imagem. E a Princesa do Pop não foi a única a desmoronar diante da atenção pública: Lindsay Lohan e Amanda Bynes também costumavam aparecer na mídia como “problemáticas” (como se, magicamente, essas meninas tivessem desenvolvido problemas sociais e psicológicos) sem aparente explicação, o que mostra a imprensa evadindo sua parcela de culpa e aproveitando manchetes sensacionalistas de posse de drogas e outras questões polêmicas para vender mais jornais.
E o abuso da imprensa não se limita à sociedade ocidental: o suicídio de Sulli, cantora sul-coreana, em 2019 está aí para provar isso. Fazer afirmações poderosas, como apoiar a legalização do aborto, não usar sutiã e simplesmente se sentir confortável em seu corpo foi mais do que suficiente para gerar manchetes sensacionalistas que serviam de combustível para comentários de ódio nas redes sociais da artista.
Por mais que o significado “perseguição midiática” da palavra paparazzo seja relativamente novo (o primeiro registro é de 1961, mas a popularização do termo acontece só a partir de 1980), esse assédio já existia beeeem antes dos anos 1990, como demonstra o tratamento da imprensa com Marilyn Monroe. Chamadas exageradas questionavam: “será que ela teve um caso com JFK? Ah!, ela está grávida de um filho do irmão do JFK! Ela agora fez um aborto!” Nossa, é realmente difícil entender por que Marilyn Monroe terminou depressiva (mais sarcasmo).
Voltando ao contexto da família real, como algumas lições (necessárias e urgentes) foram aprendidas com o caso Diana, então a coroa não comete mais deslizes, né? Quem me dera…
Meghan Markle não é a nova Diana
Meghan Markle é conhecida pelos fãs da série Suits por interpretar a personagem Rachel Zane. Se você é como eu, que nunca viu Suits e não sabia quem Meghan era antes do namoro real, vamos aos fatos: ela é atriz, estadunidense, divorciada e filha de uma preta com um branco, o que faz com que — no contexto dos Estados Unidos e da Inglaterra — ela seja vista como preta por brancos, e como branca por pretos. Confuso, né?
Essas características já são mais do que suficientes para justificar a frasezinha que você leu ali em cima: Meghan Markle não é a nova Diana. Diana era branca, inglesa, professora e uma lady de nascimento. O ponto em comum entre as duas é o assédio da mídia. Por um lado, Diana atraiu a imprensa por ser bela e carismática (e, posteriormente, manipulou tal atenção). Já Meghan atraiu a imprensa… Só por existir. Só por ser Meghan, e por trazer todas as questões mencionadas acima.
Se Diana se voltou para mídia como uma saída para seu casamento arranjado e para a falta de acolhimento dentro de sua própria casa, Meghan nunca se voltou para a mídia. Correção: ela não tem permissão para falar com a mídia, e é isto. Enquanto Diana teve certo poder para moldar sua narrativa na imprensa, Meghan é uma peça passiva que tem impressa à sua imagem o que os jornais desejarem.
A narrativa favorita adotada pela imprensa para encontrar falhas em Meghan é compará-la com Kate em literalmente tudo. Importante ressaltar que Kate Middleton vem de um contexto completamente diferente: ela é branca, inglesa, teve um longo namoro com William na faculdade, e passou anos sob o olhar público antes de oficializarem o noivado.
E a “birracialidade” de Meghan é o que mais desagrada os ingleses, como conta a comentarista real Kristen Meinzer ao Insider: “Toda hora a mídia critica Meghan por cruzar as pernas, e alega que é uma quebra de protocolo. Mas é só fazer uma pesquisa no Google que você encontra várias fotos da Rainha Elizabeth, Camilla, Di etc, cruzando as pernas em eventos oficiais. Meghan não enfrentaria esse ‘dois pesos, duas medidas’ se fosse branca”.
E por que isso acontece? Meghan derrubou o seu blog, The Tig, e apagou as contas em redes sociais após a revelação do namoro com Harry. Além disso, suas entrevistas se tornaram escassas — ela ainda aparecia bastante na mídia, mas sem voz própria — a tal ponto que seu primeiro comentário sobre o relacionamento foi feito dez meses depois do anúncio real, e ela passou a dar depoimentos apenas sobre seus trabalhos de caridade (isso lembra alguém… Diana, talvez?).
Com o casamento, Meghan depende da secretaria oficial de comunicação da família real para responder rumores maliciosos, mas a instituição é conhecida por não dar ouvidos a boatos e tabloides — e olha que tem muita mentira em seu nome circulando por aí. Claro que Kate Middleton é subjugada às mesmas diretrizes de comunicação, mas ela é a queridinha porque não incomoda, uma vez que é branca. Para começo de conversa, compará-las é besteira porque isso não contemplaria nem um quinto das complexidades que cada uma delas deve ter, mas é preciso reconhecer que Kate já tinha metade do caminho andado ao integrar a família real, enquanto Meghan… Meghan, na realidade, tinha andado metade do caminho para trás.
A gota d’água foi em fevereiro de 2019, quando o Daily Mail publicou uma carta confidencial de Meghan para seu pai — vale lembrar que, na época, ela estava grávida do primeiro filho. A nota assinada por Harry no site oficial Sussex Royal explica que o texto foi editado de forma maliciosa, e confessa: “Eu tenho sido uma testemunha silenciosa do sofrimento privado de Meghan por tempo demais. Ficar quieto e fazer nada iria contra tudo em que acreditamos”.
Mais de um ano depois, o processo ainda corre na Alta Corte de Londres, e a imprensa internacional passou a divulgar, nesta sexta-feira (3), supostos detalhes do documento, como confissões de Meghan sobre como a família real a proibiu de responder às acusações do Daily Mail, e como ela se sentiu extremamente desamparada durante a gestação. Por mais que sejam rumores, é impossível ignorar a verossimilhança das acusações.
O início de um sonho/Deu tudo certo
O Príncipe Harry é conhecido por sua antipatia pela mídia em resposta à morte de sua mãe, e já deu declarações abertamente honestas sobre tal desgosto, como que servir por dez anos no exército foi “a melhor fuga que já tive do holofote da imprensa”. Ele tem uma clara postura de controlar o máximo possível a imagem do casal, evitando a mídia tradicional e recorrendo às redes sociais para publicar notas oficiais.
Harry não faz mais do que sua obrigação ao defender a esposa dos ataques da imprensa, mas isso resulta em uma certa “mudez” por parte de Meghan — que, ao mesmo tempo em que é esperada devido à etiqueta real, também é frustrante porque parece que sua única função é aparecer ao lado do príncipe.
Foi necessário que o casal anunciasse sua saída da família real em janeiro (sem aviso prévio à coroa) para que a Rainha Elizabeth se manifestasse sobre os ataques a Meghan: “Harry, Meghan e Archie sempre serão parentes muito amados da minha família. Eu reconheço os desafios que eles enfrentaram em decorrência do intenso escrutínio nos últimos dois anos, e apoio o desejo deles de terem uma vida mais independente”. (Aparentemente, “desafios” é um código para racismo nessa fala.)
Agora, ambos não precisam mais cumprir determinados deveres da coroa. Meghan e Harry se comprometem em manter os trabalhos de caridade em nome da Rainha, além de inaugurarem sua própria instituição sem fins lucrativos — antes chamada Sussex Royal Charity, eles terão que usar outro nome agora, já que perderam o direito à marca.
Contudo, a maior mudança é se livrar da presença de repórteres da imprensa britânica em seus eventos — ou seja, eles agora têm o direito de escolher a dedo quem pode cobrir seus afazeres públicos. A página oficial do casal diz que eles desejam compartilhar informações mais livremente com o público, e a nova abordagem consiste em:
Engajar com jornalistas jovens e em ascensão, e com organizações midiáticas que empoderam grupos locais;
Convidar especialistas em mídia para determinados eventos a fim de prover maior acesso às atividades em prol de causas, e expandir a cobertura midiática;
Fornecer acesso a veículos de comunicação com credibilidade, e focados em notícias objetivas [sic] ao relatar os principais momentos e eventos.
Claro que notícias injustamente desfavoráveis a Meghan não sumirão da noite para o dia com a medida, e já dá para ver que a mídia britânica continua bem interessada em detonar qualquer coisa que ela faça. Por exemplo, a atuação de Meghan em seu primeiro filme desde a saída da coroa foi extremamente criticada por nomes bem conhecidos na cobertura real: The Guardian; The Telegraph e The Express.
Entretanto, a possibilidade de dividir a vida entre os Estados Unidos e a Inglaterra é uma forma de tanto Harry quanto Meghan conviverem sem abrirem mão de suas vidas — coisa que Meghan basicamente fizera ao dizer “eu aceito” no altar. E tudo se encaminha para que ela volte à sua rotina anterior (na medida do possível, com um filho e casada, claro): Meghan renovou a marca The Tig, do seu antigo blog, em setembro.
Mas esse não é o fim
Muito se fala sobre como “a mídia matou Diana”, de maneira que esquecemos um pequeno detalhe: quem compra o jornal? São os leitores que financiam os editores, que, por sua vez, pagam paparazzi para perseguir celebridades e tirar a tão desejada foto. Se é a imprensa que coloca lenha na fogueira, então é o consumidor que se aproxima dela para curtir o calor.
Mais que limitar paparazzi, é preciso transmitir a mensagem de que tal tipo de conteúdo invasivo não vende, para que a prática acabe. E qual é a parte do leitor de fofocas (ó, mero plebeu) nesse esquema? Conferir se as suas fontes de notícia se comprometem em publicar apenas informação verídica, liberada de maneira oficial e não ofensiva.
E, sim, é um conselho muito chato e todo mundo fala isso, mas é necessário: acessar a mesma notícia em dois veículos diferentes pode mudar a sua vida. Cada pessoa tem seu ponto de vista (e a imprensa não é exceção), e é sempre bom saber se alguém deixou algum detalhe importante passar despercebido. Imagine: se você fosse leitor assíduo apenas do Daily Mail, provavelmente acharia a Meghan Markle uma grande megera.
Notou que um jornal tem uma cobertura discriminatória (como insultar minorias sociais)? Pare de ler. Tem muita fonte de informação por aí, e não é preciso dar audiência para quem não entrega material de qualidade.
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Parabéns pela matéria, muito bem escrita e completa. 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼